quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os Dez Princípios do "Mão na Massa"

PREFEITURA MUNICIPAL DE ITABUNA          
SECRETARIA DA EDUCAÇÃO
UESC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS/COLEGIADO DE QUÍMICA/DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO-DCIE
 2011.


PROGRAMA ABC NA EDUCAÇÃO CIENTÍFICA – MÃO NA MASSA - (USP/CDCC)
Os Dez Princípios
O desenvolvimento pedagógico
1- Os alunos, em um grupo de trabalho, são orientados (pelo professor) a pensar a respeito de uma situação problema, relacionada a um assunto “emergido” anteriormente de uma discussão da turma (contextualização, sensibilização..)
2- Depois eles elaboram um plano (planejamento) de como resolver a situação proposta, levantando hipóteses, considerando nesse planejamento atividades que possam ser testadas, experimentadas. Os experimentos propostos são elaborados e as hipóteses são observadas, confirmadas ou refutadas, o que remete a reelaboração ou readaptação do projeto.
3. Durante a elaboração das hipóteses, das propostas de investigação, e de suas investigações as crianças argumentam, raciocinam e discutem suas idéias e resultados, ouvem a explicação do outro, organizam suas idéias e as idéias do grupo, constroem seu conhecimento - uma atividade puramente manual não é suficiente.
4. As atividades propostas aos alunos pelo professor são organizadas em seqüências de acordo com a progressão de sua aprendizagem. Realçam pontos do programa e deixam boa parte à autonomia dos alunos.
5. Um mesmo tema é desenvolvido durante ao menos duas horas semanais ao longo de várias semanas. Durante a escolaridade assegura-se uma continuidade de atividades e métodos pedagógicos.
6. Cada criança terá um caderno próprio (ou folhas diferenciadas) com suas experiências e anotações próprias, de cada momento do trabalho, das considerações pessoais, do seu grupo de trabalho e da sala toda (construção coletiva).
7. O objetivo maior é uma apropriação progressiva de conceitos científicos e de aptidões pelos alunos, além da consolidação da expressão escrita e oral.
A Parceria
8. Solicita-se às famílias e aos moradores do bairro a cooperação com o trabalho escolar.
9. Os parceiros científicos nas universidades acompanham o trabalho escolar e colocam sua competência à disposição. Os educadores colocam sua experiência pedagógica e didática à disposição do professor.
10. O professor encontra na Internet módulos a executar, idéias para atividades e respostas às suas perguntas. Ele pode também participar em trabalhos cooperativos, dialogando com colegas, formadores e cientistas. Este princípio no Brasil está em implementação por cada pólo de desenvolvimento do projeto.
Formação de Professores em Serviço
A Formação de Professores em Serviço na Estação Ciência desenvolveu-se ao longo dos anos, desde sua implementação, em congruência ao grupo de professores e as parcerias estabelecidas com as redes municipais e estaduais do município. Diferentes modelos de formação, atualmente, são desenvolvidos junto as rede municipal e estadual, entretanto prioriza-se nos encontros de formação proporcionar ao professor a vivência de uma aula de ciências considerando a proposta apresentada pelo projeto mão na massa, na qual são incentivadas a autonomia do aluno, a atividade experimental e discussões sobre o ensino de Ciências e do papel do professor e do aluno no processo.
Algumas vezes são oferecidas palestras por professores da USP e visitas à própria Estação Ciência ou a outros centros ou institutos. Estas atividades têm a finalidade de auxiliar a construção do conhecimento científico dos professores e, com isso, fazer com que se sintam seguros em “inovar” suas aulas de ciências, já que o Projeto Mão na Massa, de certa forma, propõe uma mudança na maneira como o professor atua em sala de aula, sempre oportunizando momentos em que o aluno possa pensar, discutir.
A equipe de formadores da Estação Ciência estrutura a formação em um tema do conhecimento e, sobre ele, articula uma seqüência de atividades, que são oferecidas nos encontros de formação e no material escrito.
Para que a atuação junto a formação dos professores resulte no exercício de uma reflexão sobre a prática na sala de aula a equipe da Estação Ciência, desde a implementação do projeto, desenvolve periodicamente visitas de acompanhamento nas escolas.
Durante estas visitas é discutida a socialização da formação no horário coletivo dos professores, além da aplicação do projeto em sala de aula.
Chega-se, assim, mais próximo à realidade das escolas, no intuito de auxiliá-las na utilização da metodologia proposta pelo projeto Mão na Massa que, dentre diversos trabalhos, destaca a discussão de um tema, utilizando uma atividade experimental e o desenvolvimento das expressões oral e escrita.
As Aulas do Projeto
Este projeto veio enriquecer o trabalho em sala de aula, uma vez que a estratégia utilizada dá a oportunidade aos alunos de pensar, expor e explicar suas idéias, ouvir as idéias do outro, argumentar, planejar estratégias, criar, experimentar ou simplesmente observar, o que aguça a curiosidade e desperta o interesse nas crianças.Quanto ao conteúdo, não tem novidade, pois são conteúdos de ciências conhecidos e trabalhados em sala de aula. O que faz a diferença é a forma com que é trabalhado. O assunto em pauta é bem explorado, criando situações investigativas, discussões no grupo e entre grupos. As hipóteses levantadas são registradas para possíveis comprovações através dos experimentos propostos e realizados pelos alunos. As conclusões finais não deixam dúvidas quanto a satisfação dos alunos em relatar e registrar o que aprenderam com as observações e discussões das atividades realizadas. Isto é visível, como já nos relatou uma professora, através da segurança com a qual o aluno expõe o seu trabalho demonstrando a apropriação das noções dos conhecimentos científicos envolvidos na atividade, isso acaba sendo perceptível, uma vez que, durante o processo do trabalho de investigação ele vivenciou o processo da elaboração das idéias e conclusões individuais e coletivas.Uma das preocupações do projeto Mão na Massa é criar o respeito ao processo individual de aprendizagem e procurar desenvolver a capacidade de criação de acordos coletivos. As aulas são divididas em alguns momentos:
1. Início - Uma problematização inicial apresenta o assunto às crianças.
2. Levantamento de hipóteses - A partir de um problema, as crianças fazem suposições na busca da solução. Em seguida, planejam atividades experimentais que são apresentadas aos outros grupos que discutem e questionam as hipóteses e os procedimentos na intenção de socializar, ouvir outras idéias pensar explicar. Em seguida o experimento é realizado, procurando testar as hipóteses apresentadas.
3. Discussão coletiva - Em uma conversa conjunta, ampliam-se as observações e considerações dos grupos a partir da qual são elaborados os acordos coletivos a respeito das idéias e conclusões.
4. Registro das conclusões - O registro das propostas, observações e conclusões é feito de duas formas: a primeira é em papel amarelo (quando se optou pelo uso de folhas diferenciadas, pois isto também pode ser organizado no caderno de experimento) e durante toda a aula de maneira livre (é o registro pessoal, individual). A segunda é em uma folha branca contemplando a discussão realizada no acordo coletivo. Esse registro pode ser individual e em alguns momentos em grupo (grupo de trabalho dos alunos) ou também pelo grupo sala, onde o professor pode ser o escriba da turma. Entretanto, ressalta-se aqui a importância do aluno escrever para organizar seu pensamento, assim é bom que o professor não faça sempre a opção pelo registro coletivo.
Papel do Professor e do aluno
O professor no projeto Mão na Massa tem o papel de orientador de alguém que incentiva seus alunos a: pensar; a expor suas idéias; a explicar o que vê, o que pensa, o que entende; que promove discussão entre os alunos, conduzindo a atividade de maneira a oportunizar a todos a possibilidade de falar sobre o que e pensa, a disciplina de ouvir o que o outro pensa, de argumentar sobre suas hipóteses e idéias, de orientar a discussão para que o foco não se perca; a expressar-se por escrito e oralmente; a propor resolução para os problemas a desenvolver essas propostas, a experimentar; a refletir sobre o que faz e elaborar suas conclusões. O professor incentiva o aluno a perguntar e não usa como primeira estratégia de ensino responder as questões, ele “devolve” as perguntas aos alunos para que eles as respondam, passando a orientá-los nesse sentido.
Ao professor podemos dizer que cabe um papel de orientador, incentivador e ao aluno o papel de “investigador novo”.
Em 14 DE MARÇO DE 2011
Prof. Sandra Cristina Souza Reis Abreu (Coord. SEC)
oca042003@yahoo.com.br
Prof. Taciana Tereza Gama Machado Silva
Equipe Técnico-Pedagógica - SEC
Andreza Almeida Dias
Estagiária - SEC


Um comentário:

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